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Relatório Voluntário – Oportunidades de exportação de castanhas para o Brasil

País: Brasil

 

Post: São Paulo ATO

 

Categoria do relatório:  Castanhas

 

Preparado por: Alexandre Vendemiatti Junior, Especialista em Marketing Agrícola

 

Aprovado por: Joseph Degreenia

 

Destaques do relatório:

O relatório fornece uma análise abrangente do mercado de castanhas no Brasil, destacando oportunidades significativas para os exportadores dos EUA. Com o crescente foco do consumidor na saúde e no estilo de vida, a demanda por castanhas nutritivas, como pistache, nozes e amêndoas, está aumentando. O relatório detalha as condições atuais do mercado, os desafios, os cenários regulatórios e competitivos, a análise comercial, as percepções do consumidor e os canais de distribuição. Para mais informações, entre em contato com ATOSaoPaulo@usda.gov

 

ESTE RELATÓRIO CONTÉM AVALIAÇÕES DE QUESTÕES COMERCIAIS E DE COMMODITIES FEITAS PELA EQUIPE DO USDA E NÃO NECESSARIAMENTE DECLARAÇÕES DE POLÍTICAS OFICIAIS DO GOVERNO DOS ESTADOS UNIDOS

 

Sumário Executivo

O mercado de castanhas no Brasil está apresentando um crescimento promissor, impulsionado, principalmente, pelo aumento do foco do consumidor na saúde e no estilo de vida. A demanda por castanhas nutritivas, como nozes, pistache e amêndoas, que não são produzidas internamente, está aumentando. Portanto, este relatório fornece uma análise do mercado de castanhas no Brasil, enfatizando o crescimento impulsionado por uma mudança em direção a estilos de vida mais saudáveis e uma demanda crescente por castanhas. A visão geral inclui um exame das condições atuais do mercado, oportunidades, desafios, incluindo cenários regulatórios e competitivos, análise comercial e uma análise das percepções do consumidor e dos canais de distribuição.

 

Visão Geral do Mercado de Castanhas

O Brasil é um importante produtor de quatro das oito castanhas mais consumidas em todo o mundo. Essas incluem castanha-do-pará, castanhas de caju, pecãs e macadâmias, com volumes de produção anual estimados em 38.000 toneladas1, 147.000 toneladas2, 5.000 toneladas3, e 1.100 toneladas4, respectivamente. Embora tecnicamente sejam leguminosas, os amendoins são amplamente consumidos como castanhas em várias formas. É digno de nota que o Brasil produz aproximadamente 960.000 toneladas5 de amendoins, com estimativas indicando aumentos contínuos de produção. O Brasil é um importante exportador de algumas dessas castanhas no mundo. Portanto, o Brasil é autossuficiente para atender a demanda doméstica desses produtos, eliminando a necessidade de importações dessas variedades. No entanto, no caso do pistache, das nozes e das amêndoas, o Brasil não os produz internamente ou em quantidades comerciais relevantes, e depende muito das importações para atender à demanda. Além disso, o apelo dessas castanhas, conhecidas por seus benefícios para a saúde e versatilidade em várias aplicações culinárias, as posiciona como opções atraentes para os importadores brasileiros que buscam atender à crescente demanda por opções de alimentos premium.

 

Os consumidores compram esses produtos principalmente em lojas de varejo (47%) e lojas especializadas (31%). Nos supermercados, esses itens geralmente estão disponíveis individualmente em cada categoria ou misturados com outros tipos de nozes. Os produtos embalados correspondem a 77% das vendas no varejo no Brasil. Enquanto isso, as lojas especializadas geralmente os vendem por peso.  Embora a preferência do consumidor possa variar de uma região para outra, a castanha de caju e a castanha-do-pará podem ser consideradas as mais comuns para os consumidores brasileiros. Vale a pena mencionar que a região Sudeste, que inclui os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, é responsável pela maior parte das vendas no varejo e do número total de lojas. Como a locomotiva da economia brasileira, São Paulo representa aproximadamente 30% da riqueza do país.

 

Apesar da crescente conscientização dos consumidores acerca dos benefícios das castanhas para a saúde, a demanda por esses produtos está restrita, principalmente, aos consumidores de alto padrão. Em uma pesquisa realizada para a ATO São Paulo, descobriu-se que o preço é o principal fator para os consumidores na escolha de castanhas (29%), sendo o sabor (24%) e os benefícios para a saúde (22%) os outros fatores importantes.

 

1 Fonte: Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base no exercício de 2022
2 Fonte: Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base no exercício de 2022 3 Fonte: Pesquisa conduzida pela ATO com base em dados on-line
4 Fonte: Pesquisa conduzida pela ATO com base em dados on-line
5 Fonte: Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) com base no relatório da Rede Global de Informações Agrícolas (Global Agricultural Information Network - GAIN)

 

Análises de mercado

Em 2023, as importações de castanhas feitas pelo Brasil aumentaram 32% em comparação com o ano anterior, chegando a US$ 170 milhões. A Turquia é o principal fornecedor de nozes para o Brasil, respondendo por 30% do mercado, seguida de perto pelo Chile e pelos Estados Unidos, com participações de 29% e 17%, respectivamente. A avelã foi a castanha mais importada, representando 43% do total de importações de castanhas do Brasil. Ela foi seguida pelas nozes (14%), amêndoas (12%), coco (12%) e pistache (8%), nessa ordem.  Os Estados Unidos, que são o terceiro maior fornecedor de castanhas para o Brasil, registraram um aumento de 38% em suas exportações de castanhas para o Brasil em 2023, em comparação com o ano anterior.

 

Amêndoas e pistaches foram os mais exportados pelos EUA para o Brasil, representando juntos 81%6 do total das exportações de nozes dos EUA para o Brasil.  Cada um desses produtos teve um aumento significativo nas vendas em 2023, com as exportações de amêndoas crescendo 29% e as de pistache aumentando 170%. Durante o primeiro trimestre de 2024, as exportações dos EUA para o Brasil registraram um aumento de 46% em comparação com o mesmo período de 2023.

 

Notavelmente, as vendas de pistache aumentaram mais de 194% no mesmo período. O Chile é o principal concorrente dos Estados Unidos nas exportações de amêndoas para o Brasil, respondendo por 24% da participação de mercado em 2023, enquanto os Estados Unidos responderam por 80%. Embora os EUA tenham liderado as exportações de amêndoas para o Brasil nos últimos quatro anos, o Chile continua sendo um importante exportador de castanhas. Essa vantagem decorre de sua proximidade geográfica e do acesso isento de impostos ao mercado brasileiro, como membro associado do Mercosul. Apesar das vantagens competitivas do Chile em relação aos Estados Unidos, muitos importadores observaram que o preço das amêndoas do Chile, em comparação com as dos Estados Unidos, não varia significativamente. Além disso, observou-se que as empresas chilenas estão mais dispostas a vender quantidades menores do produto em comparação aos exportadores dos EUA, o que se torna muito atraente para os importadores brasileiros, mesmo quando as amêndoas chilenas são mais caras.

 

Atualmente, os EUA são o principal fornecedor de pistache para o Brasil, com 79% de participação no mercado em 2023. O Irã já foi um ator importante na exportação de pistaches para o Brasil. No entanto, suas vendas vêm caindo, possivelmente devido a problemas de produção e outros fatores. Por outro lado, a Argentina está emergindo como um concorrente importante no mercado de pistache no Brasil. Em 2023, a Argentina se tornou o segundo maior fornecedor de pistache para o Brasil, com vendas que atingiram US$ 1,6 milhão, um valor recorde. Como o Chile, a Argentina também se beneficia dos acordos do Mercosul. No entanto, ainda não se sabe se a Argentina conseguirá manter ou até mesmo aumentar suas exportações de pistache para o Brasil.

 

6 Apesar de os EUA serem um dos principais exportadores de nozes e de o produto ser classificado como a segunda maior exportação para o Brasil, o volume de exportações de nozes dos EUA para o Brasil continua relativamente pequeno. O Chile tem sido o principal exportador de nozes para o Brasil há vários anos.

Figura 1- Importações de Castanhas pelo Brasil por País em 2023

Figura 2- Principais Castanhas Importadas pelo Brasil do Mundo em 2023

Figura 3- Exportações de Nozes dos EUA para o Brasil em 2023

Fonte: Trade Data Monitor

 

Oportunidades de mercado

O consumo de pistache no Brasil teve um aumento notável nos últimos cinco anos, impulsionado por sua crescente popularidade na gastronomia e em produtos como sorvete. A flexibilidade culinária do pistache despertou o interesse dos consumidores, levando a um crescimento consistente do consumo. As taxas de importação de pistache também têm aumentado de forma constante nos últimos três anos e espera-se que continuem aumentando. Devido às condições climáticas no Brasil, que não são adequadas para o cultivo de pistache, o país continuará dependendo das importações para atender à demanda interna. Uma tendência semelhante é observada em relação às amêndoas. Apesar de uma rota comercial bem estabelecida entre os EUA e o Brasil para as amêndoas, ainda há potencial de crescimento do consumo no mercado brasileiro.

Além disso, de acordo com o International Nut and Dried Fruit Council’s Nut, o Brasil é o terceiro maior consumidor de grãos de avelã entre os países do Hemisfério Ocidental, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá. Apesar disso, o Brasil não importou recentemente avelãs dos EUA. Isso representa uma oportunidade para os produtores americanos de avelãs buscarem estratégias de marketing no Brasil para estabelecer uma presença competitiva no mercado. Consulte mais informações sobre números comerciais na seção

Figura 4- Importações de Pistache e Amêndoa pelo Brasil dos Estados Unidos

Fonte: Trade Data Monitor

Desafios do mercado

Não há barreiras específicas para a exportação de castanhas para o Brasil. Contudo, é importante reconhecer que os importadores brasileiros normalmente evitam comprar grandes quantidades de produtos devido ao significativo investimento financeiro inicial necessário, o que poderia prejudicar seu fluxo de caixa. Essa preferência se alinha com as práticas das empresas sul-americanas, que são mais propensas a comercializar quantidades menores. Essa abordagem costuma ser mais atraente para as empresas brasileiras, mesmo que isso signifique pagar um preço mais alto em comparação com os produtos dos EUA. Além disso, a construção de relacionamentos sólidos é crucial para os importadores brasileiros. Para os exportadores dos EUA que buscam uma parceria sustentável de longo prazo, especialmente em um mercado

 

 

 

em que os principais concorrentes se beneficiam da proximidade geográfica e das vantagens tarifárias, é essencial estabelecer um bom relacionamento com os importadores.

 

Canais de distribuição

A maior parte das importações de castanhas no Brasil é realizada por empresas comerciais e importadoras. Embora grandes redes de supermercados no Brasil tenham a capacidade de importar nozes diretamente, elas geralmente optam por adquiri-las por meio de distribuidores locais. No entanto, com base em informações do Post, essas redes de supermercados também estão explorando a opção de importações diretas. Da mesma forma, a maioria dos processadores de alimentos prefere comprar suas nozes de fornecedores locais, embora a importação direta também seja considerada.

 

Conclusão

O mercado brasileiro apresenta um terreno fértil para os exportadores de castanhas dos EUA, graças a uma base crescente de consumidores que valoriza a saúde e o bem-estar, além de uma forte demanda por castanhas não produzidas internamente, como nozes, pistache, avelãs e amêndoas. Os EUA, embora atualmente sejam o terceiro maior fornecedor, têm uma oportunidade significativa de expandir sua participação no mercado, como evidenciado pelo notável crescimento das exportações de amêndoas e pistache para o Brasil.

 

No entanto, a concorrência de países geograficamente mais próximos, como Chile e Argentina, que desfrutam de benefícios tarifários como parte do Mercosul, representa um desafio estratégico. Além disso, a preferência dos importadores brasileiros por transações de menor volume para gerenciar o fluxo de caixa de forma eficiente e sua ênfase em relacionamentos sólidos com os fornecedores são fatores cruciais que os exportadores dos EUA devem enfrentar.

 

A ATO São Paulo realizou uma pesquisa de mercado que destaca a demanda por castanhas no Brasil, uma tendência amplamente impulsionada por uma crescente conscientização acerca da saúde e bem-estar. Por meio de iniciativas da mídia social e do aproveitamento de sua rede, a ATO aprimorou com sucesso a presença na mídia de organizações como a Almond Board of California e a Wonderful Pistachio. A partir de 2020, a ATO São Paulo desenvolveu uma série de atividades promocionais para aumentar a visibilidade das castanhas no Brasil. A linha do tempo abaixo demonstra que os esforços estratégicos da ATO se alinharam às tendências do mercado, contribuindo para o aumento das exportações. Notavelmente, as vendas de pistache dos EUA para o Brasil aumentaram em mais de 170% a partir de 2022, e a projeção é de que esse número aumente ainda mais em 2024. Olhando para o futuro, a ATO pretende continuar trabalhando para desenvolver as exportações de castanhas dos EUA para o Brasil por meio de iniciativas como o Cochran Fellowship Program.

Figura 9- Atividades Castanhas no Brasil

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